A gigante da tecnologia Apple Inc. está dando um passo revolucionário na forma como produz seus dispositivos ao explorar o uso de impressoras 3D na criação das estruturas de aço que compõem alguns de seus próximos smartwatches. Essa inovação, que está sendo mantida em sigilo, tem o potencial de não apenas agilizar a produção, mas também de ter um impacto positivo no meio ambiente.
O Fim do Corte de Grandes placas
Uma das grandes mudanças que essa técnica traria é a eliminação da necessidade de cortar grandes placas de metal para dar forma às estruturas dos dispositivos. Isso reduziria significativamente o tempo necessário para fabricar os produtos e, ao mesmo tempo, contribuiria para a preservação do meio ambiente, reduzindo o desperdício de material. As fontes que têm conhecimento do assunto preferem manter a identidade em anonimato devido à confidencialidade do plano.
A Promissora rota de produção
Se os testes com os Apple Watches forem bem-sucedidos, a Apple planeja estender essa nova abordagem para outros produtos nos próximos anos, representando uma mudança significativa em sua cadeia de suprimentos. Embora a empresa não tenha confirmado oficialmente esses planos, essa inovação pode revolucionar a forma como a Apple fabrica seus produtos.
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Fabricação Convencional x Impressão 3D
Até agora, a Apple utilizou uma abordagem mais convencional para fabricar seus relógios de aço inoxidável, que representam aproximadamente 10% de todas as unidades produzidas. Esse processo envolve o forjamento de blocos de material em uma peça menor de metal, aproximando-se do tamanho do dispositivo. Em seguida, uma máquina CNC (Controle Numérico Computadorizado) é utilizada para cortar o metal e criar o design exato do dispositivo, incluindo os orifícios dos botões.
O potencial da impressão 3D
A nova técnica utiliza a impressão 3D, mais especificamente a técnica “binder jetting”, para criar o contorno geral do dispositivo próximo ao seu tamanho real, conhecido na manufatura como “forma quase líquida”. A impressão é feita com uma substância em pó que, em seguida, passa pelo processo de sinterização. Esse processo aplica calor e pressão para comprimir o material em algo semelhante ao aço tradicional. Após essa etapa, o design exato e os recortes são finalizados, seguindo um processo semelhante ao anterior.
Impacto nos mercados de impressão 3D
Essa notícia gerou um aumento nas ações de empresas de impressão 3D, como a 3D Systems Corp. e a Stratasys Ltd. As ações da 3D Systems chegaram a subir impressionantes 10%, enquanto a Stratasys teve um aumento de 6,9%. No entanto, esses ganhos foram posteriormente reduzidos. Paralelamente, as ações da Apple também registraram um aumento de 1,8%, alcançando a marca de US$ 187,46 às 14h48 em Nova York como relata a Bloomberg em sua matéria
Desenvolvimento silencioso
A Apple e seus fornecedores têm trabalhado discretamente nessa técnica de impressão 3D por pelo menos três anos. Nos últimos meses, eles têm testado o processo usando caixas de aço destinadas ao Apple Watch Series 9, que será lançado em 12 de setembro. Embora esse smartwatch receba melhorias de desempenho e novas opções de cores de caixa, sua aparência geral permanecerá em grande parte a mesma.
Sustentabilidade
Além dos benefícios na produção, essa abordagem também se alinha com o compromisso da Apple com a sustentabilidade. Ela permite o uso apenas da quantidade necessária de metal para criar as estruturas dos dispositivos, reduzindo o desperdício. A empresa também planeja adotar novos materiais em substituição ao couro em algumas de suas novas capas para iPhone e outros acessórios.
Liderança na impressão 3D
O trabalho de impressão 3D está sendo liderado pela equipe de design de fabricação da Apple, sob a supervisão de Rob York, vice-presidente da empresa, e com reporte direto a Sabih Khan, chefe de operações. Embora tenha sido um empreendimento caro até o momento, essa mudança tem o potencial de simplificar a produção e, com o tempo, reduzir os custos. Atualmente, o custo por caixa de relógio com o novo processo está em linha com o método anterior.
Mudança na produção
Embora a inovação seja promissora, por enquanto, ela será reservada para produtos de menor volume de produção. A maioria das caixas é feita de alumínio, não de aço inoxidável. Até o momento, a empresa não conseguiu avançar na produção em massa de caixas impressas em 3D com esse material, que também é utilizado em Macs, iPads e iPhones de baixo custo. No entanto, a Apple está discutindo a possibilidade de expandir o uso de materiais que podem ser impressos em 3D, como aço e titânio, para mais dispositivos.
Impressão 3D em massa
Essa iniciativa representa um dos primeiros casos de uso do “binder jetting” para a produção em massa de uma peça de metal em grande volume. A Apple tem o histórico de usar seus produtos, como o Apple Watch, como campo de testes para novas tecnologias. Por exemplo, a empresa introduziu estruturas de aço em iPhones dois anos após sua estreia no Apple Watch original. E, neste ano, os iPhones de alta qualidade incorporarão titânio, um ano após sua estreia no Apple Watch Ultra.
Com essa nova abordagem na manufatura, a Apple demonstra mais uma vez seu compromisso com a inovação e a busca contínua por maneiras de melhorar seus produtos, ao mesmo tempo em que considera os impactos ambientais de suas operações. A utilização de impressoras 3D pode marcar o início de uma nova era na indústria de tecnologia e manufatura.