Em uma recente conferência realizada na cidade de São Francisco, a OpenAI fez um anúncio que está trilhando um novo caminho ao lançar uma plataforma que permite a criação e exploração de versões personalizadas dessa poderosa IA de conversação. O evento gerou especulação sobre o que esse movimento significa para o futuro.
O paralelo com a App Store
A estratégia lembra o lançamento da App Store da Apple em 2008, que sacudiu o mundo dos aplicativos móveis. De maneira semelhante, a OpenAI convida desenvolvedores a colaborar, criando um ecossistema em torno do ChatGPT. A ideia é criar uma plataforma flexível e duradoura que possibilite a personalização da IA para atender a diversas necessidades.
O The Verge relaya que durante a conferência, o CEO Sam Altman mostrou uma captura de tela da futura GPT Store. Ela apresentava GPTs personalizados para tarefas como design de interiores e criação de apresentações de slides. Altman explicou que, no futuro, cada indivíduo poderá ter seu próprio GPT personalizado, capaz de realizar tarefas complexas, reunindo diversos serviços de IA.
O ChatGPT como principal interface
A ambição não se limita apenas a ser uma plataforma de IA. A empresa almeja que o ChatGPT, que já possui 100 milhões de usuários semanais, seja a principal interface para interações com IA generativa. Para alcançar esse objetivo, a OpenAI planeja criar uma loja GPT separada, onde os usuários poderão acessar experiências personalizadas criadas por terceiros. No entanto, o acesso a GPTs personalizados exigirá uma assinatura paga do ChatGPT.
Ela também terá a capacidade de recomendar outros GPTs, ampliando ainda mais o alcance da plataforma. Essa abordagem, entretanto, pode não estar disponível no lançamento da loja.
Desafios e oportunidades
Sam Altman, CEO da OpenAI, reconheceu a tensão entre as ambições da empresa como produtora de IA e seu papel como plataforma para outros bots. Ele enfatizou a importância de não restringir o desenvolvimento na plataforma e a necessidade de construir recursos ao longo do tempo.
Uma mudança perceptível na estratégia é a decisão de compartilhar parte da receita com os criadores de GPTs, em vez de cobrar taxas de aquisição. Essa abordagem, semelhante à do YouTube, envolve a divisão de receitas geradas na plataforma. No entanto, os detalhes sobre como os criadores serão remunerados ainda estão sendo definidos.
Essas incertezas levantam várias questões. O que acontecerá se GPTs personalizados puderem realizar transações financeiras? Como a OpenAI determinará os pagamentos para diferentes categorias de GPTs? Quão agressivamente a empresa moderará a loja, considerando sua capacidade de controlar as interações entre criadores e usuários?
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Obstáculos pelo caminho
O lançamento da GPT Store é um momento marcante na trajetória da OpenAI. A empresa parece ter conquistado o apoio da comunidade de desenvolvedores, que demonstrou grande esperança por suas iniciativas. O desafio agora é manter a promessa de inovação e crescimento, ao mesmo tempo que garante a responsabilidade e a ética na utilização da IA.
O OpenAI também está explorando a possibilidade de desenvolver dispositivos de consumo em parceria com fabricantes de hardware. Essa visão poderia levar a IA para o mundo físico e criar dispositivos que revolucionarão nossa interação com a tecnologia.
No entanto, a OpenAI pode enfrentar obstáculos significativos, especialmente quando se trata de empresas como a Apple, que historicamente não permitem lojas de aplicativos próprias em seus dispositivos iOS. A forma como a OpenAI lidará com essas restrições será um dos desafios a serem superados.
Parcerias e relacionamentos
A relação entre a OpenAI e a Microsoft parece ser harmoniosa, uma vez que ambas as empresas buscam vender tecnologia de IA para clientes empresariais. Sam Altman destacou a importância de alinhar incentivos para o sucesso compartilhado. A OpenAI está confiante em sua abordagem e está disposta a apoiar os desenvolvedores por meio do programa Copyright Shield, que cobrirá os custos legais incorridos por eles.